Ultrassom: a ferramenta indispensável na Detecção da Uveíte

Por Priscila Dourado Evangelista

Ultrassom: a ferramenta indispensável na Detecção da Uveíte
Olho de paciente com uveíte

A uveíte é uma condição inflamatória que afeta a úvea, camada intermediária do olho, podendo comprometer estruturas oculares como a íris, corpo ciliar e coroide. A detecção precoce e o diagnóstico preciso da uveíte são fundamentais para prevenir complicações graves, como a perda de visão. O ultrassom ocular tem ganhado relevância como ferramenta complementar na avaliação da uveíte, pois permite observar alterações nas estruturas internas do olho, como espessamento da parede ocular, presença de fluido intraocular ou alterações na retina e no nervo óptico. O exame é indolor, não invasivo e pode ser realizado de forma rápida, sendo particularmente útil em casos de uveíte não associada a alterações visíveis na fundo de olho (Schultz et al., 2020; Parolini et al., 2019).

Uma das principais vantagens do ultrassom na uveíte é a sua capacidade de avaliar a profundidade e a extensão da inflamação. O exame permite identificar alterações subclínicas, como a presença de células inflamatórias no humor vítreo ou no segmento posterior do olho, que podem não ser visíveis por outras técnicas de imagem, como a retinografia ou a tomografia de coerência ótica (OCT). Além disso, o ultrassom ocular possibilita a visualização de alterações nas estruturas da íris e corpo ciliar, essenciais para o diagnóstico e monitoramento da doença (Peters et al., 2018).

Outra característica importante do ultrassom na uveíte é a sua utilidade no acompanhamento longitudinal dos pacientes. O exame pode ser repetido periodicamente para monitorar a resposta ao tratamento, avaliando a regredência da inflamação ou o desenvolvimento de complicações secundárias, como a formação de membranas ou a presença de opacidades. A possibilidade de realizar o exame de forma não invasiva e sem a necessidade de contraste intravenoso confere ao ultrassom uma vantagem significativa em termos de segurança e praticidade (Blanken et al., 2020). Dessa forma, o ultrassom ocular tem se mostrado uma ferramenta valiosa na avaliação da uveíte, complementando outros métodos de diagnóstico.

Por fim, é importante destacar que o ultrassom ocular é uma técnica acessível e de baixo custo, o que a torna disponível em muitos centros de saúde. Sua eficácia em detectar sinais iniciais de uveíte e suas complicações tem incentivado sua adoção em práticas clínicas diárias, principalmente em ambientes de saúde com recursos limitados. O uso dessa tecnologia pode contribuir significativamente para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e, consequentemente, para a preservação da visão dos pacientes (Sullivan et al., 2021).